12/08/2010
A gripe continua se espalhando: previna-se
Como todo período de inverno no Hemisfério Sul, a gripe continua se espalhando, apesar da transmissão ser menos noticiada atualmente. O clima seco e mais frio do inverno cria condições mais favoráveis para a transmissão do Influenza, que consegue permanecer por mais tempo no ar e percorrer distâncias maiores dentro de gotículas de saliva, aumentando as chances de infecção.
Portanto, acompanhe os mecanismos de transmissão do vírus e como se prevenir:
Transmissão pelo ar
O principal mecanismo de transmissão do Influenza são as gotículas de ar. Durante sua replicação nas vias aéreas superiores, a destruição das células infectadas pode irritar o nervo vago, desencadeando a resposta automática do espirro, que libera milhares de gotículas carregando as partículas virais recém formadas.
Por isso, uma das principais recomendações durante um surto de gripe é evitar locais fechados e muito tumultuados. Tanto para pessoas saudáveis não se contaminarem, quanto para pessoas gripadas não transmitirem o vírus.
No caso dos gripados, caso não seja possível evitar ambientes com muitas pessoas, recomenda-se que levem lenços descartáveis para cobrir o espirro, e jogá-los no lixo logo em seguida. Se não houver um lenço à mão, é recomendado que se espirre na manga da camisa ou da blusa, na altura do cotovelo com o braço flexionado, de maneira a se evitar a dispersão de gotículas de saliva.
Transmissão por contato
Não são apenas as gotículas de saliva no ar que transmitem o vírus. Quando elas se depositam em superfícies, ou quando alguém gripado espirra nas mãos e as encosta em superfícies, o Influenza é capaz de infectar quem entra em contato com ele por até mais de 24 horas. Corrimãos, notas de dinheiro e principalmente objetos compartilhados podem transmitir o vírus.
Levar as mãos ao rosto e tocar mucosas como olhos e nariz é um gesto bastante comum, e responsável por grande parte dos contágios por Influenza. Assim, uma das principais maneiras de se prevenir é lavar constantemente as mãos. Sabão e detergentes podem facilmente destruir a camada lipídica que recobre o vírus e inativá-lo.
Outra medida efetiva é o uso de desinfetantes como álcool em gel, que são portáteis e de uso prático. Por não deixarem resíduos e secarem em rapidamente, podem ser portados e disponibilizados em locais públicos.
A higiene constante das mãos após o uso de meios de transporte públicos e o contato com objetos compartilhados, tanto através de lavagem quanto higienizantes, deve ser um cuidado constante.
O Uso de Máscaras
Embora tenha sido comum o uso de máscaras comuns e cirúrgicas durante o último surto de Influenza, esta prática não possui eficácia comprovada. As menores gotículas de saliva capazes de carregar partículas virais são pequenas o suficiente para atravessar a maioria destas máscaras, e sua eficácia depende do uso correto.
Embora sejam recomendadas para pessoas já gripadas, por impedir a dispersão da maioria das gotículas de saliva, o uso inadequado e máscaras que não protegem propriamente não ajudam na prevenção de quem não foi infectado. Além de poder trazer uma falsa sensação de segurança que predisponha o usuário a se expor mais a riscos.
Fontes:
Shine, K., Rogers, B., & Goldfrank, L. (2009). Novel H1N1 Influenza and Respiratory Protection for Health Care Workers New England Journal of Medicine, 361 (19), 1823-1825 DOI: 10.1056/NEJMp0908437
Brankston G, Gitterman L, Hirji Z, Lemieux C, & Gardam M (2007). Transmission of influenza A in human beings. The Lancet infectious diseases, 7 (4), 257-65 PMID: 17376383
Nenhum Comentário » Postado em: Combate ao vírus, Transmissão e sintomas, prevenção